sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Trabalho História da Arte II

Mais uma de Oscar Niemeyer

Definir as curvas do MAC – Museu de Arte Contemporânea -, projeto do arquiteto internacionalmente consagrado, Oscar Niemeyer, é se deslumbrar em um espaço futurista, com arte altamente refinada.
Se Oscar Niemeyer pensa diferente, desta vez ele pensou curiosamente para idealizar esta obra única e magnificamente curvilínea. Contemporânea é a arte foco deste museu e se houver dúvidas do que isso quer dizer, basta olhar para sua estrutura arquitetônica. Em formato de disco, projetado em cima de uma base cilíndrica, envolvida por um lago e com acesso através de uma rampa vermelha, é fato imaginar que se fora já é uma obra de arte, dentro haverá outras tão esplendorosas quanto o mesmo. A transformação do nada na Baía de Guanabara para a tradução do moderno demorou cinco anos para ser concluída. E sinceramente, poderia durar o tempo que fosse, pois o resultado foi com certeza mais do que satisfatório. Não é de se admirar que esta seja uma das construções de Oscar mais comentadas no país e fora dele. São luzes bem projetadas, visão privilegiada por janelas que podem ser vistas também como quadros, já que a paisagem nela transpassada não é de se jogar fora, além de abrigar exposições dos grandes artistas contemporâneos.
Basta um olhar mais apaixonado para se derreter com a genialidade do arquiteto e perceber que a beleza pode ser vista por vários ângulos, igualmente fascinantes.
Se você estiver se aproximando, pode até pensar que ultrapassou uns cinqüenta anos desde hoje, entrou na máquina do tempo e encontrou então o futuro, o novo, o super diferente. Encontrar pessoas ao seu redor, admirando, comentando e analisando deve ser realmente sinônimo de sucesso para Niemeyer, que ao longo de sua carreira já deve estar acostumado com essa palavra, depois de tantas linhas misteriosas em toda sua caminhada profissional. O que se passa na cabeça desse ser que vê o novo há anos luz de sua realidade, que entende o irreverente como belo e que mesmo assim continua surpreendendo a cada etapa de sua vida?
Nós, cariocas, eles paulistas, baianos, americanos, italianos, todos, sem exceção somos presenteados e privilegiados com a mente aventureira de Oscar. Ter a oportunidade de conhecer o MAC é saber que, ao menos uma vez em sua vida, você entendeu e chegou perto do que dizemos ser maravilhoso. Não consigo imaginar alguém não se surpreender com tanta graça e simpatia, que nos faz chegar a intimidade de sua beleza, o apelidando de várias maneiras, de várias formas e nos sentindo realmente em casa. Numa casa nova. Numa casa linda. Numa casa perfeitamente contrária as normas dos cálculos matemáticos.
No Mac a gente sente, vê, imagina, sonha, percebe, entende, acredita, idealiza, passa por todas as sensações humanas possíveis.
Palmas para o Brasil, para Niterói e uma salva bem generosa para Oscar Niemeyer, que Deus abençoe sua mente e possa nos presentear com outros tantos seguidores de sua perfeição para que hoje, amanhã e sempre, possamos ser intrigados com tamanha genialidade
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Trabalho de história da arte I

A arte das mãos

Desde o momento do nosso nascimento, até o momento de dizer adeus a este mundo, usamos nossas mãos em várias ocasiões. Elas são instrumentos vivos de nosso dia a dia. É com elas que levamos o alimento à boca, que tomamos banho, que dizemos oi ou acenamos na hora do tchau.
Assim fazemos também com a arte. A arte usa as mãos como seu principal artifício para chegar no trabalho final. Então, porque não usar a mão para fazer a arte que fazemos com ela? Confuso? Não se você tiver um encontro com a exposição de Michel Groisman Sung Pyo Hong, no MAC. Nome grande, obra grande. Mãos pra que te quero? Pra fotografar a própria. Nessa obra, o artista demonstra vários passos para se usar a mão a transformando em arte pura e realista. São figuras geométricas formadas com seu auxílio, animais, figuras abstratas, enfim, de tudo e mais um pouco. E qual a graça disso tudo? Pra mim, a parte mais empolgante dessa história é que eu não apenas admiro a arte, mas também faço ela acontecer. Quem não vai querer imitar a arte exposta e ficar igual a um fanático comunista lutando por um ideal: ser exatamente aquela figura?
Mais uma vez a gente percebe que um artista vê além da linha do horizonte. Talvez todos vivam no país das maravilhas, e dessa forma, percebem o ilustre onde qualquer mortal não enxerga. Quem pensaria em expor mãos loucas, que parecem sozinhas no espaço e te fazem fixar os olhos sem piscar?
Eu concebo com facilidade a imagem de todos os espectadores tentando e tentando, incessantemente, até conseguir reproduzir uma das figuras. Nem que seja apenas uma. Até mesmo eu me aventurei a tentar. E quando cheguei ao máximo da minha capacidade, formando figuras esquisitas com palitinhos coloridos, pensei: eu sou muito inteligente! E quantos mais não pensaram isso quando enfim chegaram a sua melhor performance? Imagino eu que todos, sem exceção.
É brilhante a idéia de deixar o visitante entrar no mundo mágico da arte junto com o artista. Interação. Inovação. Percepção. E, lógico, superação de limites. Crianças, jovens, adultos e senhores se interessam em ser a arte, em experimentar.
Eu acredito na mistura do artista e do espectador. Eu acredito no potencial das minhas mãos, das suas mãos. Eu acredito na sagacidade de Michel Groisman. Enquanto houver mão, haverá vida, haverá arte, haverá graça.

100 sentido

Traz branco a ausência
ou o preto a decência
Leva folhas o poema
ou poesia o silêncio
Encontra graça o tédio
ou busca leveza o remédio
na alma que anseia cores novas para ilustrar o inexplicável e traduzir o inexplorável