segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A melhor parte de crescer é ser você



Eu andei refletindo sobre como é bom crescer. Não vou negar que a infância continua sendo minha queridinha, afinal rasgar uma caixa de papelão e achar aquilo o evento mais divertido de todos é muito encantador. Mas, não dá pra ficar lá pra sempre. Então, se vamos crescer, que bom que chegamos à maturidade. Não que eu esteja um poço de sabedoria, longe disso. A diferença é que eu já entendi que não preciso ser igual a ninguém pra ser feliz. Quando era mais nova, entre a adolescência e a o início da fase de jovem adulta, eu insistia em ser parecida com quem eu admirava. E não, isso não incluía meus pais, porque né, que adolescente quer ser igual aos pais? (desculpa mom e papi, lidem com isso, amo vocês). Aos meus 20 anos eu gritava aos quatro ventos sobre meu ódio de praia. Não sei quando exatamente esse asco começou, só sei que me privei do mar por alguns anos porque detestava a areia, detestava o sal da água, detestava o sol queimando, detestava crianças correndo. Mentira, eu amo a praia! Eu amo o barulho das ondas e a paz que ele me traz. Amo ver os pássaros voando no céu azul, o aviãozinho com a propaganda que não consigo ler passando longe, observar se a criança se perdeu dos pais desnaturados, comprar um picolé que vai me dar dor de barriga depois. Eu amo a praia! Eu também tinha mania de julgar homens de regata. Dizia que era horroroso. Que maldade a nossa, mulheres que saem por aí fresquinhas com seus shortinhos e ribaninhas, não deixarem seus companheiros usarem uma camiseta. Pra um morador do Rio uma regata é um refrigério na alma. Homens, quanto a mim, a regata está liberada. Eu dizia que era fã de Star Wars. Na profissão que escolhi, 11 entre 10 pessoas dizem que gostam dessa série de filmes. A verdade é que eu NUNCA assisti a um filme sequer da trilogia, quadrilogia, seja lá o que seja. Pra você ver, não sei nem quantos filmes tem a essa altura. Primeiro que não consigo entender como uma história começa pelo fim que isso não é mangá nem nada pra estar de trás pra frente. Segundo que é nerdice pura e apesar de eu amar tecnologia eu não sou lá o melhor exemplar de nerd que existe por aí. Woddy Allen? Coloca aí nessa lista do “gosto, mas não vi” (ok, vi alguns, mas não suficiente pra me dizer fã de carteirinha). Sobre pagode em 2007: síncope toda vez que ouvia. Que música brega. Pagode em 2017: cadê o novo CD Tardezinha do Thiaguinho que preciso ouvir agora? Outra coisa muito boa que aprendi ao longo desses anos é dizer não. Já tentou? Você não precisa ser a pessoa mais fofa do mundo que aceita tudo para não ver os outros magoados enquanto por dentro se pergunta por que está naquela situação. Tente um “não” quando achar que é não. É divino. Mas de todos os aprendizados, acho que o melhor é descobrir que você não precisa ser quem os outros querem que você seja. Hoje, a opinião dos outros importa menos (importa, mas BEM menos). A verdade é que eu já sei quais “outros” trazem opiniões relevantes para o meu crescimento.

O fato é que eu nunca parei realmente para pensar se gostava mesmo ou não de tudo isso. Eu simplesmente ouvia alguém dizendo que sim ou não e pegava carona. Não era preguiça de pensar, eu só queria ser cool.

Manu Magalhães disse “Pode falar que eu não ligo, agora amigo, eu estou em outra. Eu estou ficando velha, eu estou ficando louca.” E Clarisse Falcão também disse “Eu sou problema meu”. E é isso. Minha verdade hoje é que eu sou quem eu quero ser. Que bom que cresci para isso e que bom que vou crescer mais para descobrir novos gostos e desenterrar desgostos.

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