sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Trabalho de história da arte I

A arte das mãos

Desde o momento do nosso nascimento, até o momento de dizer adeus a este mundo, usamos nossas mãos em várias ocasiões. Elas são instrumentos vivos de nosso dia a dia. É com elas que levamos o alimento à boca, que tomamos banho, que dizemos oi ou acenamos na hora do tchau.
Assim fazemos também com a arte. A arte usa as mãos como seu principal artifício para chegar no trabalho final. Então, porque não usar a mão para fazer a arte que fazemos com ela? Confuso? Não se você tiver um encontro com a exposição de Michel Groisman Sung Pyo Hong, no MAC. Nome grande, obra grande. Mãos pra que te quero? Pra fotografar a própria. Nessa obra, o artista demonstra vários passos para se usar a mão a transformando em arte pura e realista. São figuras geométricas formadas com seu auxílio, animais, figuras abstratas, enfim, de tudo e mais um pouco. E qual a graça disso tudo? Pra mim, a parte mais empolgante dessa história é que eu não apenas admiro a arte, mas também faço ela acontecer. Quem não vai querer imitar a arte exposta e ficar igual a um fanático comunista lutando por um ideal: ser exatamente aquela figura?
Mais uma vez a gente percebe que um artista vê além da linha do horizonte. Talvez todos vivam no país das maravilhas, e dessa forma, percebem o ilustre onde qualquer mortal não enxerga. Quem pensaria em expor mãos loucas, que parecem sozinhas no espaço e te fazem fixar os olhos sem piscar?
Eu concebo com facilidade a imagem de todos os espectadores tentando e tentando, incessantemente, até conseguir reproduzir uma das figuras. Nem que seja apenas uma. Até mesmo eu me aventurei a tentar. E quando cheguei ao máximo da minha capacidade, formando figuras esquisitas com palitinhos coloridos, pensei: eu sou muito inteligente! E quantos mais não pensaram isso quando enfim chegaram a sua melhor performance? Imagino eu que todos, sem exceção.
É brilhante a idéia de deixar o visitante entrar no mundo mágico da arte junto com o artista. Interação. Inovação. Percepção. E, lógico, superação de limites. Crianças, jovens, adultos e senhores se interessam em ser a arte, em experimentar.
Eu acredito na mistura do artista e do espectador. Eu acredito no potencial das minhas mãos, das suas mãos. Eu acredito na sagacidade de Michel Groisman. Enquanto houver mão, haverá vida, haverá arte, haverá graça.

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