domingo, 28 de outubro de 2018

Viajar sozinha - minha primeira vez e experiência


Eu não sei explicar muito bem como e quando começou a acontecer, mas sim, sou viciada em viajar. Minha primeira viagem no mundo não foi muito bem mundo, porque na verdade saí do Rio de Janeiro para Paraty. Mas foi a primeira vez que gastei meu próprio dinheiro para passar férias em algum lugar, ficar em uma pousada e fazer passeios por aí. E foi incrível, tirando o fato de que fiquei muitas horas no buzão, além de ter escolhido mal a pousada (longe, só com ventilador de teto num calor de 40 e outras cositas más). Mas tudo bem, foi incrível sim! Desde então lembro de mim desesperada para garantir algum destino nas férias.



O fato é que sempre tive companhias para minhas viagens. Mas um dia, isso mudou. E quando mudou não cogitei ficar sem viajar só porque estava sem companhia. Eu ainda queria (e quero) conhecer o mundo e não eram férias descasadas que me fariam parar. Além disso, eu passei por uma mudança radical na vida. Um dia me vi sozinha, em outro emprego e outra cidade. Por isso, senti ainda mais vontade de voar como nunca voei. E como não pensar em Europa quando se pensa em voar bem voado? E lá fui eu, começar a planejar minha primeira grande viagem internacional e, SIM, sozinha!

Pensar em Europa sozinha pode ser meio assustador. Pensar em Leste Europeu com línguas tão diferentes parece mais assustador ainda. Mas naquele momento nada me impediria. Eu estava mais empolgada do que criança brincando com caixa de papelão. Escolhi o leste porque era mais barato, ou dessas. Os países que fui nunca estiveram na minha lista de tops, mas quando terminei de passar por todos eles me perguntei porque não estavam! Eu passei por Budapeste, Viena, Bratislava, Praga e Berlim.



Entre comprar as passagens e chegar lá foram alguns meses de muito planejamento. Assisti muitos vídeos no youtube para me ajudar a criar os roteiros, li muitos blogs, estudei bastante sobre os países e costumes e também li muito sobre como viajar sozinha. Isso me ajudou muito a não ficar tão perdida por lá. Como os idiomas eram muito diferentes bateu um medinho se eu conseguiria me comunicar em inglês. Mas todos falam alguma coisa, mesmo que básica. Não passei perrengue para me comunicar em nenhum momento.


Meu primeiro drama em viajar sozinha era o próprio avião. Seria minha primeira vez com mais de 6h de viagem, sem ninguém conhecido do lado pra apertar a mão quando rolasse uma turbulência. Sim, eu tenho medo de avião, me julguem. Por isso, fiz questão de escolher uma companhia aérea que parecia muito bem organizada para a experiência no ar não ser traumática. Paguei mais caro na passagem voando de KLM, mas não me arrependo. Chegar bem, sem traumas de vôo com certeza fez diferença. Além disso ganhei uma conexão em Amsterdam e senti o cheirinho dessa cidade maravilhosa que cheguei já querendo voltar.



Outra coisa que me assustava era se eu seria capaz de andar de transporte público. E sim, fui muito capaz. Primeiro que o transporte funciona mesmo! É tão pontual, organizado e sinalizado que não tem como se perder. Além disso o Google Maps foi meu melhor amigo. Ele me indicava maravilhosamente bem onde eu deveria ir, em que ponto pegar ou descer, quantos pontos até meu destino. Sério, Google Maps mudou minha vida depois dessa viagem. Adquiri o hábito de usar até aqui em SP.



Também fui muito esperta em levar um tripé para celular. Eu sou a louca por fotos e não poderia depender de ninguém para fazer meu primeiro book glamour europeu. Achei um tripé de apenas 30 reais no Mercado Livre e fui muito feliz em carregar o bichinho pra cima e pra baixo. Viajando sozinha você pode sim pedir ajuda pra qualquer outro viajante no bom e velho jeitinho camarada (nesse caso indico caçar asiáticos para garantir boas fotos), mas nada como ter a liberdade de definir seu ângulo, além de tirar quantas fotos quiser. Liga o timer e vai ser feliz! Claro que o fato de estar em lugares seguros me deu a liberdade de largar o celular em qualquer lugar, mas sempre com cuidado e atenção. Pra carioca rata de Rio isso não é um problema.



Como estaria sozinha e não teria ninguém do lado para fazer aquela cara "e agora?" para achar algum lugar, decidi sair do Brasil com chip de dados para Europa. Outro ponto para mim (na verdade pros blogs que me indicaram essa esperteza). Ter internet o tempo todo me fez ir pra cima e pra baixo sem medo, fazer muito stories e mudar roteiro do nada, porque sim de novo, essa é uma das melhores partes de viajar sozinha: fazer o que quer.



E essa mensagem é a que vai fechar esse post. Viajar sozinha é libertador. É andar o quanto quiser. É decidir que quer acordar cedo ou tarde sem ninguém do seu lado reclamando por isso. É viver com intensidade cada experiência porque é só com você mesmo que dá pra partilhar o momento. É mudar o roteiro no meio dele porque simplesmente quis sem perguntar "tudo bem pra você?". É comer exatamente o que quer comer, gastar exatamente quanto quer gastar. É se permitir conversar com pessoas novas. É perder a vergonha de pedir ajuda e se sentir muito bem quando percebe que deu tudo certo.



Viajar sozinha deveria estar nos seus planos, nem que seja pelo menos apenas uma vez. Você vai perceber que estar em um lugar novo, vivendo tantas coisas novas, vai fazer você se sentir mais viva, mais capaz, mais poderosa. E no fim, você nem vai lembrar que estava sozinha. São tantas coisas diferentes para experimentar que o fato de estar sozinha vai passar despercebido com certeza.

Espero ter tirado o seu medo de ir por aí sem companhia. Se der alguma coisa errada (capaz de dar uma coisa ou outra como quando quase perdi o trem de Viena para Berlim) tudo bem! É história para contar. O fato é que quando você voltar para casa cheio dessas histórias na mala fatalmente já estará procurando novas passagens para o próximo destino porque isso vicia. Prepare-se, eu avisei!


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